Asas de Mariposa

Por trás de uma forte estrutura da mulher que tento parecer no dia-a-dia, não posso mais evitar.

Meu peito ainda queima.

Por vezes, fortes são os ventos, e eu tentando me manter firme. Mas hoje não.

Frágil como a asa de uma mariposa, prestes a explodir como um vulcão quase em chamas.

Me vejo como uma garota abraçada à um ursinho de pelúcia,

com os olhos vermelhos e inchados, escondidos para que ninguém note seu rio de lágrimas, nem se afogue nele.

E o grito que vem correndo do peito, e salta agudamente pela garganta. Só para jogar as mágoas para fora, de tanto armazená-las.

O volante agarrava firme minhas mãos, ou elas não conseguiam soltá-lo!
E a velocidade estava descontrolada. Eu tinha um rumo, mas não queria chegar, eu precisava deixar a lava toda sair.
E essa tela fria do computador, repele meus sentimentos.
Preciso do calor.
Permaneço calada olhando o mundo.

E vejo por aí pessoas sempre contestando contra o ódio, a crueldade, a maldade.

Pessoas boas, com medo do mundo e de seu destino, com medo dos maus.

Quanta injustiça, quantos não desejam  algo melhor?

Quantos textos e blogues existem por aí, de pessoas implorando para parar essa maldade, tentando despertar os outros? "O despertar da solidão..."

Então por que? Por que todo mundo não se junta?

Como pode existir tantas pessoas com tanto amor pra dar, e tantas outras precisando de amor, e elas não se encontram?

Será que se procuram?

No fundo, por mais que cometamos erros e pecados, coisas da boca pra fora, somos todos asas de mariposas.

Se somos então, uma grande parcela de pessoas que quer o bem, então podemos nos juntar e vencer.

Por que isso não acontece?

Porque eles tem armas apontadas para nós. Armas que sangram, que matam e destroem sonhos e vidas.

Porque eles tem poder, dinheiro, ganancia, ao invés de coração.

Porque a gente prefere muitas vezes ceder, do que ser derrotado.

Mas vos digo! Por mais que eu me sinta machucada, eu não me canso de amar, não me canso de ouvir as pessoas, de abraçá-las, de sorrir pra elas, de não faltar com a minha palavra, de guardar seus segredos, de segurar suas mãos, de ser educada.

Mesmo que não receba nada em troca, eu luto pelo amor, e pelo bem!

Mesmo que eu reclame, mesmo que eu odeie minhas próprias atitudes, mesmo que eu sinta que elas

às vezes são em vão, eu não paro!

Eu quero tratar a todos da maneira que eu gostaria. Quero ser a amiga que eu gostaria de ter, quero ser, um dia, a esposa que um homem deseja, a mãe que os filhos sonham e até mesmo a dona que um cachorrinho merece. Quero ter a família completa que eu nunca tive, a não ser nos sonhos.

Quero abraçar e sentir o doce calor do amor que existe no coração de cada um, mesmo que ele esteja escondido.

A dureza dessa vida  nada fácil, cega as pessoas, e enchem de barreiras.

Por isso muitas olham para frente e se esquecem de quem está ao lado.

Quantas palavras saem da minha boca, da sua, ou letras saem do meu dedo e dos seus, que são em vão?

Que não são construtivos? Quantos xingamentos desperdiçados!

As pessoas precisam ser amadas, e a maior dificuldade é que muitas delas não reconhecem isso.

E o pior, não se permitem!