Entre meus dedos caminha o tempo.
A vida será sempre a mesma, se vivida de trás pra frente ou de frente pra trás.
Não importa se eu nasça velho ou nasça novo, morrerei perdendo a memória, os dentes, o cabelo, e tendo que reaprender a andar e falar.
Como é engraçado.
Você cresce com gente mais velha tentando sempre te ensinar, com o longo passar dos anos, são as mais novas quem te ensinam, mas você está sempre aprendendo e reaprendendo.
Quando pequenos, os adultos cuidam de nós, quando velhos os adultos cuidam de nós.
Quem cuida dos adultos?
Se analizarmos por um ponto, nascemos e morremos da mesma maneira, a unica diferença é que quando nascemos tudo é novidade, tudo é ansiedade, o mundo é mágico, cada descoberta é um exito, não queremos ficar parados, queremos sair por ai correndo e conhecendo o mundo.
Depois de anos, a vontade é ficar quietinho e descançar.
O tempo em que podemos viver mesmo, é o intervalo. Ele sim nunca será igual, ele nunca pode ser jogado fora. O tempo gasto nunca é recuperado.
E qual é o meio da vida? O meio da vida é você buscar a capacidade e a coragem de querer ser quem você quer ser, e viver o que você quer viver, no tempo imediato.
A perspectiva muda se você vai, ou se você volta. O problema é que os julgamentos sempre acontecerão. Se você é jovem, é jovem demais para te darem um trabalho de responsabilidades, se você é velho, te julgam sem capacidade de realizar tarefas.
Mas e se você vivesse de trás pra frente? Se começasse de velho até se tornar novo? Seria um idoso curioso, disposto e que ainda não sabe nada da vida, e viraria uma criança fadigada ?
O tempo todo pessoas se baseiam na idade. Mas aonde ela realmente está?
Qual seria o meio da vida? Quando é o tempo de viver?
Qualquer hora, você pode viver a qualquer hora, e fazer o que o seu coração manda.
Ontem eu assisti "O curioso caso de Benjamim Button", por isso o post está tomando este rumo.
Confesso que eu esperava mais do filme, mas é otimo para refletir. A história é interessante, e ai me fez pensar muito. Fui longe com meus pensamentos. Sabe, de você desligar a TV e ter vontade de sair correndo tomar uma atitude?
O meu maior medo não é ficar velha, mas ficar velha sem ter vivido tudo o que eu quero.
Vontades eu tenho varias. Vontade de aprender a tocar violão, piano, entrar numa academia de dança, aprender mais três idiomas, fazer outros cursos, conhecer no mínimo 6 países...mas eu me perguntei, quando eu vou começar a ir atras desses ideias?
Meu maior problema, e o que mais me incomoda, é que eu não sei esperar.
E se eu nascesse de trás pra frente, não ia fazer diferença.
Por dentro a gente pode ser o mesmo, é por fora que a gente muda.
5 comentários:
Isso é a pura verdade! Amiga, ia dormir agora, mas resolvi passar antes nos blogues e não me decepcionei com o teu!
Lembras-me tantos poetas e filósofos famosos que já tiveram essa ideia, de como seria a vida se começássemos nossa trajectória já velhos. Assisti ao filme também, e adorei, Dani, é um óptimo programa para meio de semana, háhá!
Daniele, a vida é assim mesmo, perdemos tudo com o tempo: cabelos, dentes, memória, a elasticidade da pele, a frescura dos olhos e amigos até, também os perdemos. Diz um provérbio da Suécia assim: "Os jovens andam em bandos, os adultos em pares, e os velhos caminham sozinhos". Não é triste? Mas a vida igualmente tem suas surpresas boas.
Amiga, nem sabes minha história... eu com 19 anos saí da casa dos meus pais cheio de esperança de realizar um sonho que eu tinha, mas nunca consegui, e pelas circunstâncias sei que nessa vida vai ser muito difícil eu passar perto desse sonho... está em meu coração, só isso.
Não penses mal, nunca penses mal da vida. No fim das contas, o que que importa é a nossa força, mesmo que o mundo não nos conceda tudo o que pedirmos. Podemos sempre ser felizes ajudando os outros, dando nosso amor, nosso respeito, nossa compreensão, nossos ouvidos. Isso é viver. Quem não ama, ainda que seja realizado em tudo, na realidade vive uma vida vazia. Eu falo porque nesses 23 anos já me considero mais ou menos velho o suficiente para poder dizê-lo.
Abraços.
http://www.youtube.com/watch?v=AxsnETedzSY
http://www.youtube.com/watch?v=SaQ44_OxTr0
"No Bosque de Eucaliptos", uma das canções mais lindas de todos os tempos, perdoa apenas a nostalgia da letra. Semana que vem a traduzirei e postarei no blogue. Para ti, homenagem minha.
Eu sei um pouco de francês, e não é bicho de sete cabeças não. Se quiseres te ensino, que tal? Em que nível estás no francês?
D'accord, mon douce amie, maintenat je m'en vais dormir, mais aprés nous nous parlerons, ok?
Au revoir!
Ah Dani...ultima frase pra mim disse tudo!!
Achei otima!
Beijo Lindona!!!
;***
Habibi - Adoreeeei a parte do "Os jovens andam em bandos, os adultos em pares, e os velhos caminham sozinhos". Sabe, eu penso se às vezes essas pessoas não se sentem muito sozinhas e isoladas, porque gente de idade adora conversar não é? E elas às vezes são abandonadas até pela familia. É a vida. Adoro gente de cabelos brancos. Homenagem pra mim? Que lindo!!! E óh, frances eu sei assim: praticamente Nada! rs
M. - Valeu, gata!
Rebeca - Nova por aqui não é? Obrigada!
Beijos, beijos
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