"Milhares de pensamentos passam em nossas mentes todos os dias, todos os segundos. O mundo gira, a vida passa, nada para! Presenciamos coisas, fazemos escolhas, formamos opiniões. Poemas e versos se fazem sem que percebamos, então vamos concretizar os pensamentos! A liberdade de falar nem sempre nos é dada, ou mesmo que dada, nem sempre nos convém falar. Bem-vindos ao meu mundo. Falemos o que pensamos!"







terça-feira, 9 de novembro de 2010

I closed the Gate


As folhas estavam espalhadas no chão como o meu amor por você, como o seu amor por mim,
e como o nosso amor: espalhado.
Hora ou outra caia um pedaço nas minhas mãos, mas a sobra nunca saciou a minha fome.
Eu gosto do inteiro, gosto da abundância, principalmente se for amor.
Eu sou insaciável.
Aquela bagunça me deixava desanimada. Voltar àquele lugar que um dia foi tão lindo, e agora ver aquela cena. Era pedaço para todos os lados.
De certa que eu e você deixamos a rua abandonada, e as estações do ano foram passando, as folhas foram caindo e não dá mais para colá-las.
Esperei por você para recolher-mos juntos e tentar então fazer a árvore viver novamente.
Mas a noite caiu e a pá já estava comigo, e bem...você não veio.
Então comecei a recolher as folhas.
Eu sabia que aquilo ia doer um pouco, que eu poderia sair cortada e algumas lágrimas iam cair.
Mas o outono da minha vida já estava por ir embora e eu mal podia esperar a primavera.
Recolhi, uma por uma com o coração apertado, com as imagens de uma doce lembrança, deixando as lágrimas empoçarem os meus olhos e matarem a minha sede.
Engoli seco, procurei o cesto de lixo mais próximo e depositei lá a nossa história.
Vou carregar a lata comigo, talvez  um dia eu volte para ver o que restou, torcendo para que vire pó,
e que aquele pó não venha sujar a minha vida.
Fico pensando qual será a sua reação ao voltar e ver a rua vazia. Talvez eu te conte que fui eu mesma quem limpou, talvez você se dê conta que o vento ajudou.
Mas fui eu a culpada esse tempo todo, culpada por me alimentar de ilusão,
por marcar uma data longa demais. Eu forcei a minha capacidade e te ajudei a se afastar de mim.
É, se eu remexer nas lembranças elas vão despertar e começar a cutucar meu coração até ele acordar e chamar seu nome, e perguntar por quê eu não posso escrever a minha história.
Por que eu não posso escrever a minha história?
Porque a minha história envolve duas vidas, e eu não sou dona de nenhuma.
Então, que a primavera chegue, e também o verão e mesmo que o tempo passe, se nada acontecer já vai ter valido muita coisa.
Vou pegar o primeiro voo pra lugar algum porque só assim me privo de esperar por você.
A minha parte eu já fiz. Levantei da cama, saí da casa escura, passei pelo jardim decorado, e fechei o portão da nossa rua "Rua Amor Eterno".
Sequei a lágrima, colhi minha felicidade do chão, guardei no peito e fui para outra rua, fui andar outros caminhos, fui encontrar novos portões abertos.
Talvez eu nunca mais volte.
Talvez eu te deixe um bilhete: Adeus,

P.S: Eu te amo

4 comentários:

Daniella Dal'Comune disse...

"Um adeus e não um até logo" parece suas palavras ao amor ficticio ou real. Bela imagem nos faz criar ao ler cada linha.

Dani, finalmente terminei a minha seleção de 10 coisas que eu amo. HEHHEHE...como demorei!

beijos

Amanda Arrais disse...

Dani, a cada dia eu gosto mais dos teus textos, menina! E esse agora me lembrou um trecho em que uma pessoa diz que quando um amor é interrompido, seja pela entrada de uma terceira pessoa ou por outro obstáculo qualquer, é como se tivesse que esperar um ano inteiro pra que a estação tão esperada pudesse chegar de novo. Sinto que teu coração ficou esperando, mas cansou. E acho que as pessoas não percebem isso, que até mesmo amar cansa um dia.
Lindas tuas palavras, de verdade. Extremamente prazeroso te ler aqui.

=*

Matheus W. disse...

Eu passo só um mêsinho viajando e vc já faz esse drama todo?
rsrs

Voltei agora, e como estou chegando de novo e pra ficar quero ver posts alegres por aki!
Tenho certeza que encontrará novos portões maravilhosos e ruas mais fascinantes ainda, e quem sabe um dia um desses caminhos não te leve de volta pra essa rua, não é mesmo?

Dani Brito disse...

Dani, foi baseado em fatos reais...rs..obrigada, linda

Mandita fico muito feliz em saber disso, e é...matou a questão..hahaha

Math ta vendo só, vc me deixou em depressão. Agora que voltou eu melhorei..rsrsrs..


Beijos meus amores!

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